segunda-feira, 6 de setembro de 2010

A Caverna 1

Onde se encontram os grilhões que nos aprisionam na ignorância? Selados nesta caverna de fantasia, alimentam-nos com falsas verdades e instituem totens em nossas consciências. Criam armaduras inquebrantáveis para sustentar nossas fraquezas, tornando-nos fantoches de sua astúcia.
Imbuído desta fortaleza, proclamo em voz alta sua mística, torno-me mensageiro de suas ilusões e nego audiência aos que trazem consigo a centelha da verdade. Sob o braço conduzo as escrituras. Elas me orientam e justificam minhas ações.
Agora sou o juiz daqueles que não me acreditam; torno-me o ferreiro que molda novas correntes; convertem-me no carrasco que aprisiona o titã ao cume por suas heresias; por fim, dão-me asas e a fome voraz para atacar o flanco do herege. Sou a balança e a espada.
Mas a luz ainda está lá. Esgueirando-se por frestas, penetra na caverna e oferece um alento a escuridão. Em contrapartida, cabe-nos a coragem de rejeitarmos as sombras e deixarmos a verdade iluminar nosso guia: o conhecimento, aquele que rompe grilhões.

Um comentário:

  1. O visual do blog melhorou muito com esse fundo branco. Ótima escolha de design. Sobre o texto há um tom tradicional em sua narração dissertativa que revela bem mais dos motivos do texto do que realmente sua integridade. Ótimo trabalho! Parabéns!

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